CULTURAS JUVENIS E EDUCAÇÃO FÍSICA NO CONTEXTO DE UMA ESCOLA PÚBLICA: UM ESTUDO DE CASO

Resumo

Desde o início da minha prática docente como professor de Educação Física, percebo que os jovens/adolescentes, são incentivados à prática do esporte de rendimento. Na maioria das vezes, não têm oportunidades de vivenciar outras culturas. Existe uma grande distância entre o mundo da escola – com seu saber- regras e procedimentos – e o mundo dos jovens com suas experiências e interesses. O objetivo é saber com as culturas juvenis circulam no ambiente escolar e como são "lidas" pelos alunos e professores. Procuro ainda fazer uma conexão entre essas culturas e as propostas curriculares no seu plano político pedagógico. Os autores que delimitei para o estudo são Bracht, Dayrell, Corti, Canclini. A pesquisa será de natureza qualitativa, orientada pela metodologia do Estudo de Caso, em uma escola municipal de Belo Horizonte/MG. Na garimpagem das informações serão utilizadas observações das aulas, dos espaços da escola, dos grupos de culturas, com entrevista semi-estruturadas, fotografias, filmagens e análise de vídeos. Observei que há um descompasso entre a cultura escolar e a cultura adolescente. Esse descompasso se manifesta na exigência que a escola coloca para o estudante através das suas regras e imposições. Regras essas que para serem cumpridas exigem muitas vezes que o adolescente "desvista" sua identidade. Na comunidade, há uma grande movimentação de grupos de capoeira, hip-hop, forró, grafite, circo, artesãos, congados, folia de reis, etc., que estão apropriando dos espaços públicos, entre estes a escola e procuram dialogar com todos os atores destes espaços, mostrando que ela pode e deve ser um veículo de comunicação destes para com outros espaços.